terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O MESTRE DA TRANQUILIDADE NUM MUNDO TENSO


O MESTRE DA TRANQUILIDADE NUM MUNDO TENSO

O Mestre dos Mestres queria que o ser humano ingerisse diariamente não apenas o pão do prazer, mas também o pão da tranqüilidade. Ele se expunha a riscos sociais e a vexames públicos para que seus discípulos aprendessem a encontrar a fonte de tranqüilidade numa sociedade tensa.

Fazia isso para que seus seguidores não vendessem sua paz interior em função da opinião dos outros e do julgamento social preconceituoso. A paz é cara demais para ser colocada à venda. São muitas as pessoas que destroem sua tranqüilidade em função da opinião dos outros.

Jesus expunha abertamente suas idéias em lugares onde era socialmente rejeitado, para que seus discípulos aprendessem que a tranqüilidade também nasce no terreno do estresse e só é conquistada pelos que são fiéis ao que pensam.

O amanhã estava sempre presente. Ele previu pelo menos quatro vezes que morreria mutilado e crucificado. Seria socialmente escorraçado, rejeitado, açoitado, considerado o maior herético de todos os tempos, o maior impostor da história. Mas não deixava o futuro roubar sua tranqüilidade.

Raramente alguém sobreviveria sem grandes traumas psíquicos se vivesse 10%dos estímulos estressantes que ele suportou. Mas jamais se viu alguém tão calmo e paciente alguém com calma suficiente para dizer com segurança e ousadia para uma platéia extasiada: “Aprendei de mim, pois sou tranqüilo e humilde”(Matheus 11: 22)

Sua mansidão perturbava os ânimos dos agitados. Apesar de passar pelos vales das contrariedades e da discriminação, poucas vezes perdeu a paciência. Não a perdeu com pessoas, mas com fatos, com o sistema hipócrita, com a máscara com que certos líderes religiosos se disfarçavam.

Foi tão sereno que, mesmo prevendo sua prisão e morte iminentes, ceou com prazer com seus discípulos e deu-lhes durante a ceia notáveis lições de vida sobre o relacionamento humano e o trabalho em equipe.

Para ensinar tais lições, debruçou-se e lavou os pés daqueles homens intolerantes e competitivos, procurando leva-los a reeditar o filme do inconsciente e superar a necessidade neurótica de estar acima dos outros. Só um mestre profundamente conhecedor da tranqüilidade teria capacidade para as portas da morte fazer tal gesto.


(Os segredos do Pai Nosso 2 – Augusto Cury)