LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER

DO LIVRO: "Lindos Casos de Chico Xavier" de Ramiro Gama



ORGULHO OU DISTRAÇÃO
Defronte ao Hotel Diniz, de propriedade de D. Naná, achava-se um irmão alcoolizado.
Por ali, de manhã e na hora do almoço, passa o Médium a caminho do seu serviço.
O Chico, de longe, notou que o rapaz estava num de seus piores dias.
Não se contentava em cantar e fazer osgares: provocava também, apelidando, com jocosos nomes, quantos lhe passavam à frente.
De leve e bem ao longe, passou sem ser visto, pelo irmão embriagado, e já se achava distante, quando Emmanuel, delicadamente, lhe diz:
- Chico, nosso amigo viu-o passar e esconder-se dele. Está falando muito mal de você e admirado de seu gesto. Volte e retifique sua ação.
O Chico voltou:
- Como vai, meu irmão? Desculpe-me por não o ter visto, foi distração...
- E... já estava admirado de você fazer isto, Chico.
Que os outros façam pouco caso de mim, não me incomodo, mas você não.
Estava dizendo bem alto: como o Chico está orgulhoso! Já nem se lembra dos pobres irmãos como eu. Pensa que estou embriagado e foge de mim como se eu tivesse moléstia contagiosa.
- Não, meu caro; foi apenas distração, desculpe-me.
- Pensava que era orgulho. Está desculpado. Vá com Deus.
Que Deus ajude e lhe dê um dia feliz, pelo abraço consolador que você me deu.
E Chico partiu.
Ganhara uma lição e dava, aos que o observavam, outra bem mais expressiva.



OBRIGADO, CHICO!

Estava o Chico parado defronte do correio, conversando com seu irmão André, quando um guarda policial passa-lhe por perto e, colocando o braço direito sobre seu ombro, lhe diz:

- Muito obrigado, Chico!

E foi andando.

O Chico ficou intrigado com aquele agradecimento.

Não podia atinar com sua causa.

À tarde, ao regressar do serviço, viu defronte a um bar um bloco de trabalhadores da fábrica e, no meio deles, o guarda que o abraçara pela manhã.

Passou mais por perto e observou que o guarda tentava desa­partar uma briga entre dois irmãos que se malquistaram por coisas de somenos.

O guarda, vendo inúteis seus esforços e porque a discussão já se generalizava envolvendo todo o bloco, tirou da cintura o revólver e ia usá-lo para impor sua autoridade.

O Chico mais que depressa chegou-lhe perto e pediu-lhe:

- Calma, meu irmão.

O guarda voltou-se contrariado, mas reconhecendo o Chico, como que envergonhado do seu ato, exclamou:

- Muito obrigado, Chico! Controlou-se, usou da palavra, aconselhou e o bloco foi desfeito com o arrefecimento dos ânimos...

À noite, indo o Chico para o LUIZ GONZAGA, encontrou-se com o guarda:

- Chico, ia procurá-lo e agradecer-lhe, muito de coração, o bem que você me fez, por duas vezes.

- Por duas vezes? Como?

- Ante-ontem sonhei com você, que me dizia: - "Cuidado, não saia de casa carregando arma à cintura como sempre o faz. Evite isto por uns dias...

Por isto é que lhe disse, hoje, pela manhã:

"Obrigado, Chíco!" Referia-me ao sonho, ao seu aviso.

Mas esqueci-me de atendê-lo, pois saí armado e, se não fosse o concurso de nossos amigos espiri­tuais na hora justa teria feito hoje uma grande asneira, poderia até ter matado alguém... Mas a lição ficou, Chico.

- Muito obrigado, Deus nos ajude sempre!...



A BARATA NA SOPA

D. Josefina era uma senhora cega, muito estimada nos arredores de Pedro Leopoldo, e tinha uma verdadeira adoração pelo Chico.
Seu desejo maior era o de que seu conterrâneo, um dia, jantasse com ela.
Tanto pediu, que o filho de D. Maria João de Deus a atendeu.
Foi marcado o dia e o Chico compareceu.
A mesa estava posta.
Numa ponta, sentou-se o convidado de honra, na outra, sua admiradora e, nos lados, duas amigas, conhecidas de ambos.
Por ser pobre, D. Josefina apenas fez uma sopa substanciosa.
No prato fundo, diante de cada convidado, achava-se a sopa, contendo ingredientes apetitosos.
O Médium, emocionado com o tratamento afetuoso, devagar, dando atenção à palavra da dona da casa, foi tomando a sopa, quando de repente, dá com uma barata preta no meio do prato...
Afasta-a para o lado, no momento em que D. Josefina lhe pergunta:
- Então, Chico, está gostando da minha sopa ? Olhe que a fiz com cuidado e carinho em sua homenagem.
- Está ótima minha irmã. Sou-lhe grato pela sua bondade. Não mereço tanto, respondeu-lhe o Médium, e, para que ninguém observasse seu achado, foi conversando e tomando a sopa ...
D. Josefina ria de contente.
O humilde homenageado sentia-se contrafeito. Mas, diante da alegria da irmã querida, que se sentia tão honrada com sua presença, esqueceu-se da barata e começou a conversar, animadamente, contar casos e a comer...
No fim, quando todos acabaram, olhou para o prato: estava vazio. Havia tomado a sopa e a barata também ...
Mas concorrera para alegrar o coração de uma velha e sincera admiradora.
Valeu o sacrifício ...
Assim era o Chico.
Um homem que amava a Deus acima de tudo e ao próximo mais que a si mesmo.



O ENTUSIASMO APAGADO

Em fins de 1927, o "Centro Espírita Luiz Gonzaga", então sediado na residência de José Cândido Xavier, que se fez Presidente da instituição, estava bem freqüentado.
Muita gente.
Muitos candidatos ao serviço da mediunidade.
Muitas promessas.
José era irmão do Chico e na residência dele realizavam-se as sessões públicas nas noites de segundas e sextas-feiras.
Em cada reunião, ouviam-se exclamações como esta:
- Quero ser médium psicógrafo!...
- Quero desenvolver-me na incorporação!...
- Precisamos trabalhar muito...
- Não será interessante fundar um abrigo ou um hospital?
O entusiasmo era grande quando, em outubro do mesmo ano, chegou a Pedro Leopoldo, Dona Rita Silva, sofredora mãe com quatro filhas obsidiadas. Vinham ela e o irmão Saul, tio das doentes, da região de Pirapora, zona do Rio São Francisco, no norte mineiro.
As moças, em plena alienação mental, inspiravam compaixão. Tinham crises de loucura completa. Mordiam-se umas às outras. Gritavam blasfêmias. Uma delas chegara acorrentada, tal a violência da perturbação de que era vítima.
O Espírito de Dona Maria João de Deus explicou pela mão do Chico:
- Meus amigos, temos desejado o trabalho e o trabalho nos foi enviado por Jesus. Nossas irmãs doentes devem ser amparadas aqui no Centro.
A fraternidade é a luz do Espiritismo. Procuremos servir com Jesus.
Isso aconteceu numa noite de segunda feira.
Quando chegou a reunião da sexta, José e Chico estavam em companhia das obsidiadas sem mais ninguém...



A MEDICAÇÃO PELA FÉ

A moça abatida, num acesso de tosse, chegara ao "Luiz Gonzaga" com a receita médica.
Estava tuberculosa.
Duas hemoptises já haviam surgido como horrível prenúncio.
O doutor indicara remédios, entretanto...
- Chico, - disse a doente - o médico me atendeu e aconselhou-me a usar esta receita por trinta dias...
Mas, não tenho dinheiro. Você poderia arranjar-me uns cobres?
O Médium respondeu com boa vontade:
- Minha filha, hoje não tenho... E meu pagamento no serviço ainda está longe...
- Que devo fazer? Estou apavorada...
Chico pensou, pensou, e disse-lhe:
- Você peça à nossa Mãe Santíssima socorro e o socorro não lhe faltará.
A que horas você deve fazer a medicação?
- De manhã e à noite.
- Então você corte a receita em sessenta pedacinhos.
Deixe um copo de água pura na mesa, em sua casa e, no momento de usar o remédio, rogue a proteção de Maria Santíssima.
Tome um pedacinho da receita com a água abençoada em memória dela e repetindo isso duas vezes por dia, no horário determinado, sem dúvida, pela fé, você terá usado a receita.
A enferma agradeceu e saiu.
Passado um mês, a moça surgiu no Centro, corada e refeita.
- Oh! é você? - disse o Médium.
- Sim, Chico, sou eu. Pedi o socorro de Nossa Mãe Santíssima. Engoli os pedacinhos do papel da receita e estou perfeitamente boa.
- Então, minha filha, vamos render graças a Deus.
E passaram os dois à oração.


UMA BOA LIÇÃO

Adoecera um dos irmãos do grupo.
Reumatismo complicado e renitente.
Um amigo ensinou a aplicação de uma erva que somente se desenvolve em cavernas do subsolo.
Chico e José Xavier, tendo por acompanhante um belo cão que lhes pertencia, de nome Lorde, vão a uma grande lapa, das muitas que existem nas cercanias de Pedro Leopoldo; em caminho começam a conversar.
Falavam a respeito de certos amigos e comentavam:
- Beltrano não serve.
- Fulano é muito esquisito.
- Sicrano é imprestável.
Quando as críticas iam inflamadas, o Espírito de Dona Maria João de Deus aparece ao Chico e aconselha: Vocês não devem falar mal de ninguém. Todos necessitamos uns dos outros. Julgar pelas aparências é péssimo hábito. Sempre chega um momento na vida em que precisamos de amparo de criaturas que supomos desprezíveis.
O Médium transmitiu ao irmão quanto ouvira e calaram-se ambos.
Chegaram à caverna e José, segurando Lorde por uma corda, desceu à frente.
Depois de longa busca, encontraram a erva medicinal.
Contudo, quando se voltavam para o retorno, perderam a noção do caminho sob as grandes abóbadas de pedra.
De vela acesa, procuraram debalde a saída.
Gritaram, mas receberam o eco da própria voz.
Quando a luz se mostrava quase extinta, recordaram-se da prece.
Oraram.
Dona Maria João de Deus apareceu ao Médium e considerou:
- Temos agora a prática do ensinamento a que nos reportamos na estrada.
Vocês podem saber muita coisa, mas agora precisam do cão. Soltem o Lorde e sigam-lhe os passos. Ele sabe o caminho da volta.
Assim fizeram. E acompanhando o animal, venceram o labirinto em alguns minutos.
Lá fora, à luz do dia, entreolharam-se surpresos, meditaram na lição recebida e renderam graças a Deus.


NÃO FAÇA ISSO

Um amigo do Chico desencarnou. Havia-me encontrado com ele algumas vezes. Ora no Centro, ora na casa do Chico.

Alguns dias após o desencarne, ele entra na casa do Chico e dá-lhe um grande abraço.

O odor era tão forte que a roupa do Chico ficou impregnada, chegando mesmo a ficar uma mancha na lapela do seu paletó.

-Quando ia tirar o paletó para limpá-lo, o espírito de Emmanuel apareceu e disse-lhe:


-Não faça isso. Ele não tem consciência de seu estado. Se você limpar o paletó agora, na sua presença, ele vai perceber e isso poderá lhe fazer um grande mal.

Chico então não só não tirou o paletó
como dormiu com ele.
No dia seguinte o odor havia desaparecido.


O Morto Cumpriu o Combinado

César Burnier contou-me um fato mediúnico acontecido com ele e Chico Xavier
Tudo se passou durante o velório de José Xavier, irmão do Chico.

Burnier estava em Belo Horizonte quando soube que o José Xavier havia falecido em Pedro Leopoldo Pegou o carro e foi para lá. Havia muita gente, espíritas conhecidos, pessoas desconhecidas, mas ele, como todos, ficou ali na sala onde o corpo, já no caixão, estava sendo velado.

Chico estava ao lado do corpo. Burnier de capa de chuva e com o chapéu na mão permanecia próximo, participando da situação dolorosa da perda de um amigo.

Lá pelas tantas, Burnier começou a sentir um mal-estar que o incomodava. Procurou então afastar-se como pôde, de costas, até que encontrou a parede. Encostado nela, ele pensou: – Meu Deus, parece que estou morrendo. Ficarei aqui encostado para não cair no meio da sala...

Na sua nova posição, ficou bem defronte ao Chico. Inesperadamente, mesmo todo enrijecido, quase paralisado, seu braço, cuja mão segurava o chapéu, moveu-se e lançou o chapéu no rosto do Chico. Acertou em cheio.

– Oh! que é isso? – Gritaram todos.

Chico interveio e acalmou a todos, dizendo:

– Meu povo, amigos, não fiquem assustados, eu explico. Isso está muito certo e foi para mim uma confirmação da vida após a morte. Há algum tempo eu havia combinado com o José que, para comprovar que continuaríamos vivos depois da morte, o primeiro que morresse deveria providenciar para que alguma coisa fosse arremessada no rosto do outro. E aqui, neste momento, ele acaba de me dar essa prova, essa confirmação, pela mediunidade do nosso caro César.

Burnier sentiu-se melhor e entendeu tudo o que se passou com ele. Ele foi influenciado pelo espírito do morto que estava ali, e, como o espírito José Xavier estava ainda com as impressões dos instantes da morte, foram captadas pelo Burnier.
Tudo ocorreu devido às poderosas energias existentes naquele ambiente de preces e de serviços cristãos sinceros


Uma maravilhosa Lição de Amor

Nos anos 60 o Sr. Benedito Antonio Alves prestava serviços domésticos na residência de Chico Xavier, em Uberaba.

Num certo período, o médium passou a sair de casa todos os dias à hora do almoço. Não informava onde ia, dizia apenas que ia visitar um enfermo necessitado de atenção. Comumente solicitava: - Benedito, faça o favor de preparar um franguinho bem macio, que preciso levar a um doente. Lembre-se de que deve ficar bem tenro, pois ele está muito fraco. Precisa fortalecer-se, pouco a pouco, dia a dia!

Quem seria o doente que mereceria tanta dedicação de Chico. Assim, diariamente saía o Chico levando uma vasilha com o alimento. Benedito, porém morria de curiosidade em conhecer tão ilustre doente, mas o Chico não o revelava.

- Um dia, o Sr. Benedito resolveu segui-lo pelas ruas de Uberaba. Atravessaram o bairro, Chico à frente. De repente, o médium entrou num matagal, o Sr. Benedito fez o mesmo. Mais à frente ele estacou o passo, a cena era por demais comovente e inesperada, ao mesmo tempo. No fundo da mata o Chico atendia o misterioso doente : um cãozinho vira-lata machucado e faminto...


Chico, nessa noite, estava muito fatigado, quando à hora da prece costumeira, aparece-lhe Dona Maria João de Deus.
- Minha mãe, - roga ao espírito carinhoso - como fazer para alcançar a vitória no cumprimento de meus deveres?
- Meu filho, só conheço um remédio - servir.
- Mas e as dificuldades de entendimento com os outros? Como espalhar as bênçãos do Espiritismo com quem não as deseja, se, às vezes, oferecendo o melhor que possuímos, apenas recolhemos pedradas?
- Servir é a solução.
- Entretanto, há pessoas que nos odeiam gratuitamente. Malsinam-nos as melhores intenções detestam-nos sem motivo e dificultam-nos o mínimo trabalho... Que me diz a senhora? Julga que existe algum recurso para fazer a paz entre elas e nós?
- Sim, há um recurso - servir sempre.
- Então, a senhora considera que, para todos os males da vida, esse é o remédio?
- Sim, meu filho, remédio essencial. Sem que aprendamos a servir, ainda mesmo quando tenhamos boas intenções, tudo em nós será simples palavras que o mundo consome...
E, depois de semelhante receita, o Espírito de Dona Maria retirou-se como quem não tinha outro remédio a ensinar.



Certa ocasião, comentávamos com amigos o grande exemplo de renúncia que a mãe de nosso Benfeitor Espiritual André Luiz nos deu.(*)

Desceu ela, por verdadeiro amor, de sublimes regiões espirituais às furnas umbralinas para socorrer e amparar seu ex-marido e outras duas entidades femininas. Quando encarnado, associara-se ele a essas mulheres, em deploráveis aventuras sexuais.

A extraordinária esposa reencarnaria novamente, consorciando-se outra vez com aquele que já havia sido seu companheiro e conduziria para seu lar, como filhas do coração, aquelas mulheres infelizes.

Distinta amiga que participava conosco daquele encontro particularmente confiou-me:

- Eu também enfrentei esse tipo de humilhação.

- E sabe qual foi a única maneira que encontrei para me garantir no equilíbrio, sem destruir meu lar?

- Qual? –

- Vítima do adultério do meu marido, eu sofri muito! Para evitar o desespero, recolhia em minha casa roupas, objetos, remédios, dinheiro ...E, num impulso incontido de praticar o bem, saía em direção a lares de pessoas mais desventuradas do que eu. E voltava sempre aliviada!

Olhando – a com simpatia, guardei silêncio.

- E me dava um alívio!... – continuou.

Num daqueles dias de mais sofrimento, tive vontade de falar com o Chico, mas ele estava viajando pelos Estados Unidos. Como temos o costume de realizar o culto cristão no lar, tive que faze-lo sozinha, pois meu marido não estava em casa. Emociondíssima, lembrei-me do Chico, como a consolar-me, recordando a maneira como ele trata tantas pobres mães carregadas de filhinhos.

Sabendo que o Chico retornara a Uberaba, procurei-o.
- você, está muito bem!
Continue a fazer o que tem feito. Assim, você vencerá!
Mas...para surpresa minha, ouvi do Chico:
Deus lhe pague, minha filha, as preces que fez por mim, quando eu estava nos Estados Unidos ...
- Elas vieram na hora certa. Eu estava mesmo precisando ...Muito obrigado! Jesus a abençoe pelo que você fez por mim


O Irmão de Chico Xavier é Autorizado a Desencarnação

José Cândido Xavier, irmão do médium Chico Xavier, em 1939, inesperadamente foi acometido de um insulto cerebral. Chico pediu a ajuda do espírito do Dr. Adolfo de Bezerra de Menezes. Ele informou-o que, pela Lei de Causa e Efeito, seu irmão deveria permanecer onze anos preso ao leito, paralítico e demente. Entretanto, preces e pedidos intercessórios chegavam continuamente ao Plano Superior, partidos daqueles a quem ele beneficiara. Em face disso, os espíritos responsáveis pela sua atual encarnação estudavam a possibilidade de conceder-lhe a desencarnação imediata. Durante muitas horas consecutivas, Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes e Scheila, juntamente com Chico, formando um círculo em torno do enfermo, oravam. Após longo tempo de expectativa, chega a solução do Alto: a desencarnação seria outorgada. Não como uma "graça", o que importaria na negação da Justiça Divina, que dá a cada um segundo as suas obras, mas porque os onze anos de serviços prestados a Jesus, repleto de suor e lágrimas, como dedicado obreiro do Centro Espírita Luiz Gonzaga - a forja do amor, amparo e paz do ciclópico Chico Xavier - proporcionaram ao moribundo o cancelameento do seu débito para com a Lei. Os onze anos de ininterrupto e intenso labor espírita equivaleram e substituíram os onze anos de dolorosa imobilidade que o aguardavam, como fruto amargo dos desatinos que cometera em existência passada. O espírito é sempre o árbitro do seu destino, podendo prolongar os sofrimentos pela obstinação no mal, ou amenizá-los e anulá-los pela prática do bem. Nesta mesma noite, indultado pelas suas ações de abnegação e renúncia, José Xavier abandonava a vestimenta carnal imprestável. Felizes dos devedores em condições de se quitarem.



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